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3 passos para revolucionar os transportes nas cidades



Todas as grandes cidades do mundo hoje tem um problema em comum, congestionamentos. Trânsito acabou se tornando sinônimo de estresse e tempo perdido.


A solução? Aumentar o espaço para os carros e, quando sobra dinheiro, investir no transporte público. Mas todo mundo já conhece as consequências, mais congestionamentos, mais poluição, mais tempo perdido e gente estressada no trânsito.


Os carros são como gases, irão sempre ocupar todo o espaço disponível. O problema é que as cidades até tentam crescer para acomodar mais automóveis, mas tudo tem limite e, claramente já atropelamos muita terra e muitas casas para abrir mais ruas e avenidas.


Ainda assim, por incrível que pareça, governantes do mundo todo ainda conseguem convencer a população de que grandes obras para carros são necessárias e pior, valem os pesados investimentos públicos necessários.


Vamos então pensar na sustentabilidade. Gro Harlem Brundtland elaborou um relatório que acabou levando seu nome, um documento construído após diversas reuniões da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento entre os anos de 1983 até seu lançamento em 1987.


O relatório Brundtland, chamado oficialmente de “Nosso futuro Comum”, definiu com precisão um caminho conjunto para a humanidade em harmonia com o meio ambiente:

“o desenvolvimento sustentável é um processo de mudança no qual a exploração dos recursos, o direcionamento dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional estão em harmonia e reforçam o atual e futuro potencial para satisfazer as aspirações e necessidades humanas.”

A teoria já tem mais de 30 anos, mas ainda estamos no anda a para em relação às medidas práticas.

Foi justamente para colocar em prática, nas ruas, o conceito de sustentabilidade que o SUTP trouxe uma abordagem alternativa para encarar de frente a mobilidade urbana. Ao invés de buscar atender o infinito desejo por mais espaço nas cidades, o enfoque se concentrou na demanda.


“O enfoque, conhecido como A-S-I (de Evitar/Reduzir [Avoid/Reduce], Mudar/Manter [Shift/Maintain], Melhorar [Improve]), busca obter reduções significativas de emissão de Gases de Efeito Estufa, consumo reduzido de energia e menos congestionamento, com o objetivo final de criar cidades mais habitáveis. O objetivo do enfoque A-S-I é promover soluções alternativas de mobilidade e desenvolver sistemas de transporte sustentáveis.”

Tudo começa por EVITAR.

É preciso planejar o uso do solo nas cidades de maneira integrada e gerir a demanda para diminuir a necessidade e distância dos deslocamentos.


Em segundo lugar é preciso MUDAR.

Nesse caso estamos falando de aumentar a eficiência, atraindo usuários para alternativas de transporte que consumam menos energia e façam melhor uso do espaço urbano.

Basicamente temos de garantir que os transportes ativos e o transporte coletivo sejam a opção mais conveniente, isto é, rápida, barata e segura para o maior número possível de pessoas.


Por fim, a alternativa tecnológica, MELHORAR.

Aqui o olhar está centrado em tornar os veículos, seus combustíveis e a infraestrutura dos transportes como um todo melhores. A ênfase é o aumento da eficiência energética do que já existe através de melhorias tecnológicas. Vale desde de energias alternativas até novas formas de propulsão para todos os tipos de veículos.


Parece ainda um pouco teórico demais, vamos então aos exemplos prático. Tudo começa com três decisões que bilhões de pessoas nas cidades ao redor do mundo tomam todos os dias.

Primeiro, qual a distância que eu preciso percorrer para chegar aonde eu preciso estar. Vale para ir às compras, ao trabalho ou em busca de diversão. Aqui devem se concentrar as estratégias de EVITAR.


Chega a hora da segunda pergunta, qual meio de transporte escolher? Aí hora é preciso entender que as pessoas SEMPRE irão tomar a opção mais conveniente. Nesse campo, é onde entra o MUDAR, garantir que o maior número de pessoas opte pelo transporte que é melhor para a cidade e para o planeta.


Por fim, é hora de escolher qual o melhor veículo para se chegar ao destino. Aqui se concentra o MELHORAR. Optar por um carro mais econômico, ônibus elétrico ao invés de a diesel, biocombustível no lugar de derivados de petróleo etc.


A decisão é sempre de cada pessoa, mas lembra que todo mundo sempre escolhe o que é mais conveniente? Então o desafio é sempre incentivar as melhores decisões.


Para que as pessoas possam EVITAR, o poder público deve ter uma estratégia permanente de Desenvolvimento Urbano Orientado ao Transporte Sustentável. A idéia aqui é diminuir as “viagens desnecessárias”, desde incentivar as pessoas trabalharem de casa, até criar espaços restritos para circulação de veículos motorizados no centro das cidades.


Já para MUDAR, é preciso ir sempre com o melhor meio de transporte. Em outras palavras, é adaptar as cidades para que as pessoas possam optar em caminhar mais, usarem a bicicleta ou o transporte público. Esses incentivos já são lei. O Brasil tem a Política Nacional de Mobilidade Urbana que obriga os municípios com mais de 20 mil habitantes a desenvolverem seus planos municipais de mobilidade, o prazo era 2015, está em abril de 2019 e… bom, esse é tema para outra hora.


Por fim, é preciso MELHORAR. Nesse bolo entram incentivos para mais carros movidos a etanol do que a gasolina, ônibus elétricos para substituir o diesel. Mas são sempre tecnologias e muitas vezes as tecnologias criam novos problemas não previstos. O carro elétrico por exemplo, resolve a poluição do ar no trânsito urbano, mas não resolve os congestionamentos nem a destruição de bairros inteiros para a construção de novas avenidas.


Com as mudanças climáticas vai ser preciso um esforço enorme de mitigação de emissões e adaptação de infraestrutura. Com cada vez mais pessoas nas cidades, é preciso reorganizar a ocupação urbana.


Para mudar a forma como as cidades se organizam a abordagem A-S-I contribui para cidades mais sustentáveis e resilientes às mudanças climáticas.

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